27.01 Quinta

Tô sentada numa mesa grandona no Hostel e do meu lado está a Mahn, a moça de Hong Kong, ela está estudando a rota do dia de amanhã. Não é a toa que ela conhece 125 países (ontem como eu estava na dúvida corri para me informar com o Daniel). Ela é uma danadinha! Anda para tudo que é lado! É do meu tamanho, roubaram dinheiro dela que estava em seu armário em outro Hostel, na Long Street. Juntaram 5 caras para roubar a câmera dela em Bolívia. Ela continua amanado a América do Sul. Não amou tanto daqui por ser caro e perigoso. É... então!

Acordei, tomei banho e fui fazer meu café então conheci o Douglas, um norte americano negro (oh my God!), que simpatia de pessoa! Era suposto eu ir fazer a tarefa de casa mas preferi ficar conversando com ele. A Ardine vive dizendo que não se trata de aprender só na sala que se aprende saindo também, então resolvi que isso serveria para me desculpar por não ter feito o exercício.

Era meu sonho, falar com um negro norte-americano, claro que ainda continua sendo pois quero fazer isso nos esteites da vida. Mas eu quase tive um trem quando me vi falando com ele. Ele é muito educado, ele disse que tem dislexia. Adora viajar (quem não gosta?).

Hoje pela manhã a família francesa foi embora. Os pais vieram, curtiram as meninas na cidade por bem uns 4 ou 5 dias e foram embora. Tão lindinho o papi delas, não sabe muito inglês e fomos então tentar conversar, eu com meu francês e ele com o inglês dele. Foi uma graça!!

Tive teste hoje. Primeiro 2 de listening (audição), 1 de reading (leitura) e por fim 1 de writing (escrita). Bem um dos testes de listening foi quase impossível. Pensei seriamente em deixar a sala-de-aula. Mas daí, lembrei que o curso não era de graça e fiquei lógico. Ridículo esse negócio de dar valor ao que se paga e não dar tanta atenção ao que é de graça (David dê mais atenção para mim por favor).  Mas eu não sou tão diferente de todo mundo. No fim foi até bom, comecei com uma dor de cabeça que parecia que não teria fim e aí a Ardine linda disse que aquele teste em específico é o mais problemático e que pode confundir muito e por isso é difícil. Tá, passou a dor a dor de cabeça, mas ficou a dor de consciência por não ter conseguido (qual será pior?).

Depois do teste tivemos aula, foi legal que só (ô expressãozinho besta!)! Ardine trouxe um jogo, chama 30 segundos. Amei tanto que no fim do dia comprei um igual para treinar o inglês. Nic, Leili, Raíssa, Gabriela, David e o Alan vão gostar! É tipo assim, eu pego um cartão que tem 5 nomes de pessoa, filme, lugar e tenho que descrevê-lo sem falar o nome e a outra pessoa tem que adivinhar. Eles vão gostar. Eu na verdade amei.

estou in love com um tipo de tênis que foi moda na década de 80 e que retornou agora (Thanks God). Como já tinha falado a vcs comprei um, vermelho foi numa promoção 60 rands (olha a merda), ontem fui em outra loja tava de 40 rands mas não tinha meu número para o cinza e nem para Larissa que é rosa; hj fui em outro lugar 30 rands, comprei um preto; aí fui em outro lugar, 20 rands (tô me estourando de rir!), ao menos não tinha meu número. Como pode ser tão barato? 60 rands dá mais ou menos 20 reais... Quando eu vou ter um tênis desse no Brasil por esse preço? Talvez nem em Recife, no meio da bagaceira do centro eu consiga achar!

Tá, achei o dicionário que eu tanto sonho na vida e que custa 130 no Brasil, comprei aqui por mais ou menos 50 reais. Tô tão feliz! Achei mais dois livrinhos de criança, cada um por 7 reais... Quando isso aí?

Comi aquele hot dog de novo e na janta comprei umas coisas para fazer um macarrão com uma linguiça escura e feia (mas ao menos gostosa) daqui. Tinha uma Land Rover na frente do hostel, toda suja de lama, Daniel tava namorando a bichinha. É de um cara que chegou hj no hostel e que veio de Londres nesse carro, acerditam? O cara atravessou a África. Uau!

Aqui o que não falta é estória.

Então, chamei o Daniel para jantar comigo, depois ele apareceu perguntando se tava ok o Kevin também comer conosco (ele é do Canadá, acho que já falei dele). Ok. O Douglas já tinha jantado com o colombiano Louis (que mora nos EUA) e com um sr inglês muito fechado (meu inglês com ele é só: Hi). Louis disse que tinha sobrado linguiça (a mesma que eu ia fritar, coisa que nunca faço para mim e para o David) , então fizemos a comida. Tava era boa! O Luc da suiça, tava comendo cereal com leite, o conheci agora à noite. Ele é casado e tem dois filhos, veio fazer trabalho voluntário com o BIG 5(os 5 maiores búfalo, rinoceronte, leão, elefante, leopardo).

Douglas disse que nunca casou pois não acredita no jeito que o casamento é levado, ele diz que tem visto muito casamento ser em cima de dependência, coisas do tipo e que estava muito feliz em saber que eu e o Luc somos amados e amamos de verdade pois nossos companheiros nos deixaram partir com o intuito de realizarmos um sonho e depois voltarmos. Poxa.

Esse Douglas é todo diferente do que vemos nos filmes norte-americanos. No café da manhã acreditam que ele tava comendo fruta? kkkkk E eu no ovo com pão kkkkk

À tarde fui no museu do Distrito 6. Jeez Louise... Diz a história que na época do apartheid, as pessoas que moravam ali e que eram negros, foram todos expulsos e levados para outra região da cidade, jogados como lixo. Perderam suas casas. Hj tem uma discussão para saber como vão colocar esse pessoal de volta para lá. Meio forte o lugar.

Cheiro galerex.

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