Acordei na mesma posição 7, depois 7e30, 8 e por último 8e40, o relógio bem que tentou mas eu infelizmente não consegui... Forcei levantar às 11h da manhã, raios de um sol lindo entravam delicadamente pela fresta da cortina. Era uma dose muito grande de realidade para ignorar. Hemingway me chamava...
Pela janela notei as pessoas com roupas mais leves, então tomei coragem para me vestir com menos roupa... kkk Um vestido de um tecido mais grosso, meia e bota. Lá fui para a rua querendo e sonhando caminhar por onde Hemingway caminhara e quem sabe tentar sonhar os sonhos dele ou ao menos me encher de fantasia. Uma mente fértil é algo que não tem preço.
Fui na Bastilha, vi o Sena novamente, consegui ver as primeiras sandálias na rua desde que cheguei. Moças com vestidos leves. Oprincípio do verão, arrisquei a pensar.
Place des Vosges, meu corpo tremia de fome mas o desejo carnal e forte de ver as coisas era tão forte que ainda insisti em passear sem nada comer. Lembrei de Hemingway, ele disse que tentava sair pela rua sem comer para arranjar criatividade como outros pintores (que realmente não tinham dinheiro e andavam para dar asas a imaginação e passar o tempo) faziam na bela Paris da década de 20, a dita década da geração perdida.
A geração perdida foi uma geração de escritores e pintores que estiveram em Paris em 1920 e que vivenciaram o sófrego desejo carnal e alcóolico do vazio da 1a guerra e da grande depressão. Foi Gertrude Stein escrito norte-americana quem primeiro usou esse termo. Ezra Pound, Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald (li o livro e vi o filme O Grande Gastby. O filme retrata fielmente o livro. Vale cada segundo, assistam, creio que está para sair a nova versão.), T. S. Eliot (se não em engano tinha um livro dele na lista do mestrado de história da UFG a alguns anos atrás), todos norte-americanos, James Joyce britânico, pintores como o espanhol Pablo Picasso e o francês Matisse e outros que viveram essa época tão conturbada e produziram, muito.
O filme Meia-Noite em Paris (Assistam por favor!!) fala um pouco dessa geração e do misto do conflito entre o viver o agora e o viver o passado. O personagem principal do filme passa o filme todo revistando os grandes escritores e pintores dessa época e trava essa discussão de qual época é melhor para se viver. Eu me identifiquei muito com o filme pois sempre passei por isso... Mas já faz um tempo que vi que realmente a melhor época de se viver, é a atual. Lógico que isso não nos impede de deixar a imaginação voar longe, atemporalmente...
E o que seria de mim, Renata, em 1945 em Paris? Ou de mim em 2013 deixando tudo e indo morar na Iugoslávia? kkkk O que há demais em pensar, imaginar, sonhar, flutuar nas asa da incente imaginação? kkkk
Entrei em uma loja maravilhosa hoje pela tarde, na bela Rue de Rivoli. Eu entrei e me senti como no filme do Woody Allen (meia noite em Paris), simplesmnete parecia que a loja tinham parado no tempo! A bela atendente de seus 20 anos vestia um vestido da década de 70... Vi duas senhoras lá que me pareciam da época de Napoleão Bonaparte... tentei não me contagiar, mas a música me levava para a década de 60...
Vi um vestido de 1970 e me imaginei nele... Perguntei ao atendente (um homem para saber como David pensaria) se ele achava roupa de velha, ele parecia não entender, misturamos inglês e francês. Contudo, quando eu disse que era casada e que me preocupava com o fato de meu marido poder não gostar... Acho que ele entendeu pois disse para eu não levar... Saí com uma bolsa de couro de 10 euros. Sonho com uma dessa há tempos mas não tinha coragem de pagar no Brasil o valor que cobram...
Fui na Place des Vosges. Muitas pessoas curtiam o sol na grama. Vi jovens de uns 14 ou 15 anos fumando. Eu não sei o que essa gente tem na cabeça... Ouvi falar que em países de muito frio, as pessoas tem costume de fumar. No Brasil isso é tão fora de moda... Aqui pelo visto não...
Andei me perdendo, lógico, na Place des Vosges para tentar achar o tal Museu do carnavalet, um museu sobre a história da França. Belíssimo e de graça. Esse sim é um museu que obrigatoriamente todos os turistas deviam visitar. Muito bem preparado! Perdi-me para achar o Museu Picasso, mas quando finalmente o encontrei, vi que está fechado para reforma, Vi sentada em um banquinho enquanto comia um pãozinho um cachorrinho ridículo de pequeno, tipo um rato como diz david, latindo para um cachorrão grandão. Eles levam muito à sério o passeio com o cachorro. Diferentemente dos EUA, o cachorrinho gfaz cocô na rua e o dono não pega...
Passei na frente da Sorbonne, lembrei do FHC... Vai ser chique assim lá longe!! Por fim Praça de Luxemburgo... Hemingway ia lá atrás de inspiração. Agora entendo... Como já eram 9 da noite, o guardinha passou com um apitinho estridente mandando todos saírem pois ia fechar. Corri para o Hostel Peace and Love, encontrei com os recifenses Mário, Nattasha e Laily. Tão amorosos!! Mário eu já tinha conhecido a dois dias atrás. Eu estava tão para baixo e foi tão bom conhecê-lo, me deu ânimo! Hoje conheci as meninas. A Laily parece uma amiga minha de Recife, a sarinha, irmã de daquinho, tipo irmão do David. Senti-me em casa.
Já tinha ouvido falar dessa nostalgia que nós brasileiros adquirimos quando estamos no estrangeiro. Achava isso tão ridículo. Mas passei entender quando comecei a viajar para fora. As pessoas são diferentes, as culturas, o modo de se expressar são doferentes. Não existe ninguém melhor que ninguém. Existem pessoas, e elas são interessantes, elas são mágicas! Aí, dá uma faltinha de um sorriso, de um abraço um toque, coisa que nós brasileiros somos tão bons!! Os vi foi muito bom, que Deus os abençoe!
Encontrei um sebo, achei dois livros de criança com vocabulário e fotografia, coisa básica mas importante para quem quer aprender outra língua. Comprei um livro de Gabriel Garcia Marquez (David leu o imenso O Amor nos tempos de Cólera, amei o filme, quem sabe um dia eu o leia?) em inglês, se chama Crônicas de uma Morte Anunciada. Nos três livros gastei 16 reais. Quando que no Brasil acharaia livro em língua estrangeira por esse preço? Vi tantos lps... Lembrei do meu querido pai, continua com a maior coleção de Cauby Peixoto, tentei achar para ele, mas não obtive nenhum sucesso.
Passei pela lateral e fundos da Notre-Dame e qual não foi minha alegria, outra praça! E cheia de pessoas felizes! Tão bom ver as pessoas sorrindo!! Inspirador! Atrás da notre Dame tem uma ponte que os casais passam lá e colocam um cadeado, reza a lenda que isso vai manter o casal junto até a morte. Lógivo que não coloquei um pois o tradicional é estar com a outra pessoa lá. Dia 23 David chegará (nossa falei isso demais hoje! Mais uma frase que aprendi de tanto usar!) e o levarei para colocarmos nosso cadeadinho do amor!!
Cheiro em todos...!
renata
No jardim do museu Carnavalet
Essa tela chama-se Alegoria aos Cinco Sentidos (presta bem atenção onde a mão do cara do lado esquerdo repousa...)
Essa tela é de encher os olhos tamanha é a delicadez da senhora e de sua sensualidade ingênua! Quando a vi, quis poder imaginar o que ela pensava na hora mas tinha duas distintas senhoras discutindo a cor do amarelo (a mais jovem que pintava devia ser a pupila, a outra parecia ser a tutora). Essa mulher é Julliette Récamier (1777-1844), promoveu a moda, literatura e política.
Olhem essa tela que trágica! Pessoalmente ela é linda e cheia de poesia! Não está lá muito bem tirada pelo visto... Demostra que ele morreu lutando pela França!
Essa sala remonta uma joalheria estilo Art Noveau. Linda demais! Eu que amo ouro, imagina uma joías nessa loja o quanto devia ser hiper-ultra-mega-linda! (e cara...)
Execução de Luís XVI, fim da monarquia absolutista francesa. É a Revolução Francesa e a luta pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Edgar Quinet, intelectual francês. Fiquei impressionada com a pintura e a sua perfeição! Parecia que ele me observava...
Ponte dos cadeados, era cadeado que só! Dá-lhe amor!!
A galerinha do Recife querido! Mário, Nattasha e Lainy.
Declaração dos direitos do homem no Museu Carnavalet.
Estátua de Augusto Comte. Estudamos ele na graduação em História. Ele é o fundador do positivismo, uma das escolas da escrita da história, já foi superado. O lema Ordem e Progresso na nossa bandeira é influência positivista. Não posso falar muito pois o historiador que lê vai arranjar algum pretexto para discutir... Não tenho paciência, por isso mudei de área kkkkk
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