Wednesday, June 13, 2012

13.06.2012, quarta-feira


Essa noite foi a noite que melhor dormir desde que cheguei à Paris. Deitei em uma posição e acordei nela. Acordei sem dor no corpo, já nem lembrava o quanto é bom estar tão bem!

Consegui finalmente encontrar o casaco trench coat que sempre sonhei e com um bom preço! O trench coat é um casaco inventado na 2ª grande guerra, é um ícone de moda. Contudo, para mim, é um vestuário de época que me lembra as divas e o tempo de outrora quando o rádio era moda e o romance era cultivado... É, às vezes tenho essas nostalgias de um tempo nunca vivido por mim, mas que por ler sobre, fico imaginando...

Hoje fui fazer um passeio que gosto muito e que cultivo desde os tempos da faculdade, visitar cemitério. Quando levei David ao cemitérioda Recoleta em Buenos Aires tive que conviver algum tempo com o belo rapaz com bico de criança (creio que já falei disso). Ele achou mórbida a minha invenção, contudo, ao ver tantas pessoas na frente da sepultura da bela Evita Perón, desfez o bico.

Hoje passei uma gostosa tarde no Cemitério do Père La Chaise, nome de um padre, é o maior cemitério de Paris e um dos mais famosos do mundo.

Semprei pensei em visitar o túmulo do Jim Morrinson, o cantor da banda The Doors, ícone pertubado da década de 70. Foi até fácil encontrar o túmulo pois ouvi ao longe uma música dele e uma pequena multidão em volta. No mais, foi tudo o que imaginei, prestar minha homenagem com a minha presença ouvindo a música da banda dele. Coisa de filme, o filme da vida...

Outro túmulo que não poderia de jeito nenhum sair sem ver era o de Edith Piaf, cantora venerada no mundo todo. dramática toda... Mas a época gerou muitos cantores assim.

Procurei muitoooo mesmo o túmulo da filha de Karl Marx, mas infelizmente não encontrei. Nos dias de hoje, eu já sabia que não haveria algum tipo de multidão querendo ver o túmulo da filha do pai do Marxismo... 

                                          Túmulo do Jim Morrison do The Doors

Algum fã contrariando a letra do Jim, escreveu "que não é fim..."

 No túmulo de Piaf eu cantarolei "Rien de rien, Je ne regrette rien..."

Flores belas e novas em seu túmulo. Aí consta uma frase de uma música que ela canta, achei tão delicado...

O crematório, vi uma mulher chorando por perto e muita gente. Pelo visto, alguém partiu...

Ao redor do crematório tem esse tipo de construção aí em cima com os restos das pessoas na parte de cima e baixo. Tem muita gente aqui, muita gente que partiu, e nos escritos nas lápides ou com as construções nas sepulturas dá para perceber a saudade que deixaram nos vivos...

 Monumento em homenagem às pessoas que morreram no campo de concentração de Dachau.

 Placa falando e predizendo que a posição do muro dos federados da Comuna de Paris

Essa é a parede onde 147 pessoas foram fuziladas em 1871. Nossa muito estranho saber que há alguns anos atrás morreram pessoas bem aqui onde eu estava, e eu tirando foto... Isso eu acho sinistro, essa janela do tempo me dá um vazio...............................................................................................



Olha isso que obra linda! Tive um colega de faculdade que fez a monografia do curso de História em cemitérios acho que do século XIX em Goiás... Nossa ele era muito cabeça. Com certeza ele ia endoidar aqui também! Nesse aqui, bem na porta uma estátua de mulher aguarda, com os olhos direcionados para dentro do túmulo. Será que ele aguarda mesmo ou ela guarda

Túmulo de Chopin

Olha só essa cripta... duas estátuas de mulheres choram na porta...

Uma professora francesa da Sprachcaffe disse que o que estraga Paris é o extremo da individualidade. Sobre isso tenho um comentário, eu nem contei para vocês, estava eu com a Sra. Sventlana no Mac Donalds no domingo e a atendente do café (que tem croissant!!) tinha uma rosa em um copo de plástico. Eu toquei na bela flor e sorri para ela dizendo “que lindo!”, a resposta dela foi bem seca “É minha”. SE fosse no Brasil com certeza isso seria motivo para sermos amigas até a chegada de Jesus! Eu mantive meu sorriso, olhei bem nos olhos dela e repeti, “É linda!”. Depois dessa, só me recolhendo mesmo kkkk

Voltando ao cemitério... tem uma ala para os que morreram por causa do Nazismo. Fiz bem devagarinho relembrando a época. Como foi possível¿ Temos que lembrar para não não deixar repetir. Eu me emocionei. Quanto sofrimento! Quantas pessoas lutaram bravamente contra essa monstruosidade para hoje podermos gozar da vida em paz! Uma pena que ficou tanto tempo acontecendo em nenhum país se propôs a ir contra...

Todos vamos morrer, esta é a única certeza que temos na vida, resta saber como, com muitos amigos, ou poucos mas fiéis, ou sozinhos.e o que deixamos para ser lembrado...

Cheiro em todos,

Renata

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