Tuesday, November 27, 2018

Sobre pães e sonhos

Eu e meus sonhos. Chega uma hora que Deus desenterra um e faz tornar realidade... 

Aos 19 anos tentei fazer minha primeira rosca, foi um desastre. Sempre senti-me incompleta por não saber fazer nada na área de pães, na família de mamãe há mulheres que criaram suas famílias fazendo roscas. Por fim comprei uma máquina de pão seguindo o conselho da minha sogra e foi uma alegria sem fim e isso foi em 2014. Ano passado, 2016, encafifei que em 2017 ia aprender a fazer pão com minhas próprias mãos, foi nessa ideia que em Junho fiz meu primeiro curso de pães artesanais na Kaza Chique aqui em Brasília, encantei-me em fazer pão! Sorte que David incentivou-me. Lá aprendi com o Reismar, excelente professor. Cheguei a fazer mais dois cursos com ele lá na Kaza Chique, pães sem glúten e pães funcionais. Maravilhoso!

Em Julho tentei meu primeiro pão com o Levain, conhecido também por fermento natural, starter. Em grosso modo é um fermento feito em casa que conta com uma colônia de bactérias pegas no ar (o fermento de mercado, o biológico seco conta com apenas um tipo de bactéria a sacharomyces cerevisiae). Há várias formas de iniciar o levain, eu restringi as técnicas para as duas ensinadas pelo Luiz Américo e pelo Rene Seifert, achei a do Luiz muito complicada e acabei nem conseguindo gerar um pão decente, identifiquei-me mais com a forma descomplicadas do Rene, que segue misturando farinha de trigo de boa procedência com a mesma quantidade de água por dias seguidos. 

Em Julho desse ano segui a receita de pão integral do livro do Luiz Américo Camargo, mas com o levain ensinado pelo Rene Seifert e assim surgiu meu primeiro pão de levain e não acertei mais. Por fim, dia 10 de Novembro fui fazer o curso de introdução à panificação artesanal no Pão da Casa na Colônia Witmarsum com o Rene e a Vanessa Seifert, o suficiente para responder a algumas dúvidas e criar mais outras. kkk Foi uma benção minha ida lá. Foi a primeira vez que aluguei um carro sozinha e dirigi sozinha fora do estado de Goiás. Senti-me bastante acolhida na Colônia, lá encontrei pessoas amáveis que falavam sempre olhando em meus olhos, gente hospitaleira. Desde o mercadinho, as pessoas nas pousadas, na igreja Menonita. Gente boa. Como tinha sonhado em fazer esse curso, tinha bem um ano... Mas sempre tinha algo que impedia-me de ir, por fim, nada mais havia (uns, tina, David) apenas meu medo de dirigir e nisso Deus deu-me forças para encarar, pensando que isso também serviria de ensinamento para a Valentina um dia. Nós mulheres precisamos ocupar os espaços, Deus nos capacita, precisamos crer. E lá fui eu, e em tudo Deus zelou por mim. 

Catei laranja do pé, cheirei folha de figo, dei de comer à bode e cabras, pus os pés na grama, dirigi, dormi muito, contemplei o por do sol, andei, dirigi, enchi tanque de carro, sentei em cadeira especial sem pagar por nada disso no avião, li mais uns capítulos do livro Into The Wild, tive revelação de Deus, conversei com pessoas amáveis, louvei em alemão, ouvi a pregação com direito a intérprete de alemão-português, e só pude entender que verdadeiramente assim como é no coração, assim se faz. Deus como o Senhor é bom!!

Sendo assim, iniciei um período de pães com levain seguindo as receitas do Luiz Américo contudo com o levain ganhado no curso do Rene Seifert e refrescado com a técnica dele. Irei contar a cada receita minhas impressões, o que aprendi, o que fiz de errado, o que gostei, o que repetirei, as minhas dúvidas.


No comments:

Post a Comment